segunda-feira, 17 de agosto de 2009

RELATO DA MINHA ESPERIÊNCIA NA K42 BOMBINHAS MARATONA

Se iniciou na noite anterior quando fiz tudo ao contrario do que sempre é repetido. Fui ao supermercado e comprei aquele macarrão de 3', 2 pacotes para fazer o meu jantar de massas, acrescentei dois ovos cozidos. Fui me deitar as 21 horas e fiquei lendo até as 22 horas quando comecei a ficar com sono, marquei o despertador para a 5 horas porque teria bastante tempo para todos os rituais pré-prova. Acordei as 23 horas e não conseguia dormir e as 4:30hs mudei o horário do despertador para as 6:00hs e foi a hora que me levantei. Fiz uma mistura de maçã com aveia, o que sempre faço nos meus treinos. Fui para a largada cansado. Na hora da largada resolvi sair atrás e nos primeiros 100 metros já era o ultimo. Saímos da Praia de Bombinhas, na frente da Pousada Vila do Farol, em direção norte, para a Praia de Bombas, contornando pela via pública a Praia Ribeiro, chegando a Praia de Bombas numa certa altura saimos da Praia e nos dirigimos para uma estrada de terra até chegar numa ladeira enorme que parecia que não tinha mais fim e que cheguei a pensar que seria o trecho mais difícil da prova. Já estavamos em cima do Morro que não sei o nome e continuávamos a subir e a estrada a se estreitar até se tornar uma trilha super acidentada, neste momento tomo o primeiro gel, com aproximadamente 1 hora e 10' depois começo a sentir cólicas intestinal e procuro logo o mato tentando ficar escondido, neste momento de vez em quando passava os motoqueiros e outras vezes motoqueiros policiais, sai e continuei a correr e 10' depois voltou as cólicas e voltei para o mato, mais protegido e com mais paciência fiquei até me sentir aliviado, acho que os motoqueiros passavam e já me procuravam pois era o ultimo, após alguns minutos passo por um posto de agua e perguntam se estava tudo bem e passo a ser seguido por dois motoqueiros e pergunto se querem me ultrapassar porque neste momento a trilha já era estreita e muito acidentada, eu só via subida, era uma descida pequena e vinha uma subida grande depois de algum tempo passamos a descer com mais constancia numa trilha que antes não podia correr porque a subida era muito ingreme e na descida tambem não podia porque podia escorregar, torcer e se quisesse parar não iria conseguir. Até que chegamos em baixo e sou informado que chegariamos a Praia Triste e logo depois chegando a Praia de Zimbros, têm novo posto de agua e corremos numa trilha paralela a Praia depois passamos a correr na Praia, na areia molhada, ao longe avisto o primeiro corredor a minha frente, e vou me aproximando lentamente porque percebo ao longe que o mesmo caminhava e logo que me aproximo me diz que se chama Ciro, que é de Porto Alegre e que iria abandonar no marco da meia maratona, porque no inicio só iria fazer meia, mas o colega que dividiria tinha desistido e que tinha mudado para fazer a Maratona mas não estava aguentando pois estava com dores no quadril e vou em frente. Quando chego no marco da meia me perguntam se vou continuar e sinto uma sutil sugestão para parar, mas digo que estou bem, que estou dentro do meu tempo previsto que seria de 8:00hs. Neste percurso de Praia passamos por Zimbros, Morrinhos, Canto Grande(mar de dentro) e termina chegando no ultimo posto de agua antes de entrar em nova trilha para ir para a Praia da Tainha, sou levado até o inicio da trilha que fica escondida e me avisam que vou encontrar um bombeiro trazendo uma criança que tinha tentado acompanhar o pai e tinha se perdido. Então começo a subir a trilha, cada vez parecia que era mais difícil do que a anterior, pois esta não passaria moto, tinha que ser correndo quando dava e no meu caso não aconteceu nenhuma vez e na maior parte caminhava, logo no inicio encontrei uma jovem senhora com duas meninas que corriam na frente e ela mandando parar e elas rindo diziam que se caíssem cairiam na agua, mas não dava para ver agua nenhuma, só um abismo com muita mata, falo com elas algumas frases brincando, mandando ter cuidado e vou embora, depois de uns 10' minutos encontro o bombeiro que vem com a criança, menor de 10 anos, muito serio, chateado, não aceita nenhuma brincadeira, o bombeiro me avisa que no final da trilha teria um carro com o restante dos bombeiros e posto com agua, no meio da trilha encontro dois bombeiros que me dizem que vinham ao meu encontro pois eu estava demorando muito e ficaram preocupados, realmente a trilha era muito difícil, nunca tinha visto nada igual, saindo da trilha eles me apontam uma ladeira que iria descer e no meio da ladeira encontro Rodolfo Lucena subindo e fico confuso tento entender, pergunto a ele se estou certo e vacilo e começo a voltar atrás dele e depois percebo que teria que descer e voltaria pelo mesmo caminho, então neste momento encontro o corredor que esta na minha frente, continuo a descer vou ate a Praia da Tainha corro um quarteirão e uma criança estava como voluntário e me mostra o caminho, diz que vai correr no dia seguinte e pergunto se o pai dele estava correndo, mas ele diz que esta com o cunhado e que o irmão do cunhado tinha ganho a corrida com mais de meia hora do segundo colocado, e que ele morava em Bombinhas e que treinava todo dia ali no percurso, volto ao ponto onde sai da trilha, onde estava o carro dos bombeiros e eles me mostram uma estrada que sairia no outro lado do Morro na Praia da Conceição, na metade da estrada o carro de bombeiros para junto de mim e eles dizem que vão na frente para levar uma criança que estavam com ele, e conto a conversa e digo e seu cunhado não é e você é irmão de Gilliard, o que ganhou a corrida e ele confirma sorrindo, e neste momento aparece uma kombi da prefeitura de Bombinhas e o bombeiro diz que ele iria me acompanhar e o motorista desta vez direto insiste para que eu entre na kombi e brincando digo que vou ate o final e ele me acompanha, me passando a cada 300 metros e fazendo novas sugestões de abandono, brinco, mudo de assunto mas o cara continua a insistir e fico irritado e pergunto se ele não estava recebendo hora extra para estar ali, e ele diz que não mas é que queria ir embora. Chegamos a Praia da Conceição e le diz que vai me esperar no final da Praia do Mariscal, e vi que tinha pela frente uns 5 km e minha agua já estava no fim e não via posto de apoio, mas qualquer coisa pediria nas casas pois de vez em quando aparecia alguém dando força, quando chego na próxima Praia a do Canto Geral(mar de fora) avisto outra longa Praia que era a do Mariscal e minha agua já tinha acabado, mas continuo e no meio da Praia do Mariscal vejo duas motos vindo ao meu encontro, e quando chegam bem perto digo que já estou sem agua e dão uma gargalhada e me oferecem a garupa de uma das matos que estava fazia e pergunto o que eles estão querendo, se entendiam o que eu estava fazendo, disse que não podiam saber pois eram só uns motoqueiros e se fossem corredor iriam entender e ficam parados e continuo a correr e depois de uns 2 km olho para trás e continuam no mesmo lugar. Me aproximo do final da Praia do Mariscal e encontro o carro dos bombeiros e os voluntários com agua, encho minha garrafa, tomo um copo e levo mais dois e me mostram uma trilha que me levaria para a Praia de Quatro Ilhas, esta trilha era fácil e vou embora , quando chego na Praias de Quatro Ilhas me direcionam para o lado sul e vou correndo quando encontro outra vez Rodolfo Lucena, que estava hospedado nesta praia, voltando para onde eu estava indo e logo após encontro Carlos Hideaki sendo acompanhado por um guia da prova pois neste momento já tinham tirado todas as fitas de marcação de percurso e quando vou chegando no final da praia uma das motos se aproxima, a que estava com o garupa e o cara desce e me guia numa trilha fora da Praia por 100 metros, onde tinha a placa do KM 35 e chegando nesta cerca com a placa era para voltar pela Praia e a partir deste momento o guia me acompanha até o final, no primeiro momento fica meio distante, fala no celular o tempo todo, percebo que fala espanhol e chegando no final do outro lado da Praia de Quatro Ilhas ele me avisa que subiríamos pela trilha para chegar na Praia Retiro dos Padres, neste momento já no alto da trilha avisto a chegada bem próximo, mas ainda faltavam uns 5 km, e continuamos contornando o morro, esta trilha não é tão difícil e chego a pensar que não teríamos mais dificuldade, mas me lembro que quando os bombeiros foram me buscar na trilha perto da Praia da Tainha disseram que muitos corredores se acidentaram na trilha do Retiro do Padres e começo a esperar dificuldade pela frente e aparece o Costão de Pedras enormes, saímos da trilha e vamos escalar as pedras num percurso beira mar, são pedras enormes, algumas pulamos de uma para outra, algumas temos que escalar, passo por um lugar que o guia fala que muitos corredores caíram dentro d'agua, e quando chega quase no final do costão ele mostra a trilha de saída e diz que esta mostrando porque já tinham tirado todas as fitas de indicação, e começamos a subir a trilha que foi aberta para a prova, e é ai que encontro a mais difícil, pois é curta mas é muito íngreme, já estava sem agua e as cãibras começam a ameaçar e pensando agora acho que forcei o meu ritmo para mais rápido, já estava há algum tempo sem agua e as cãibras começaram a aparecer e pioraram na descida porque tinha local que tinha que saltar, então veio a hipotensão. Então fiquei alguns minutos paralisado pela cãibra e tonto sem conseguir reagir, fiquei parado, respirando fundo, tentando alongar até que foi passando e logo em seguida tomei um gel e consegui um copo com agua com uns pescadores que escalavam para irem pescar, logo em seguida consigo chegar na Praia Retiro dos Padres onde tinha um posto de apoio onde encho minha garrafa e tomo mais dois copos e fomos para a Praia da Sepultura onde é um percurso leve, só para completar a kilometragem e voltamos para a Praia da Lagoinha onde tem um beco, com uma escadaria em madeira que sai na Praia de Bombinhas, e encontramos uma corredora que tinha sido a segundo lugar feminino geral e nós dirigimos para a chegada, quando faltava uns 300 metros começo a correr já ouvindo o locutor da prova anunciando a minha chegada e fazendo a previsão do meu tempo, chego com muita festa pois tinha muitos colegas me esperando, me lembro de Carlão, Hideaki, Alberto, o casal de São Paulo, o pessoal organizador da prova, os motoqueiros todos me apludindo com muita gritaria. Chego vou logo recebendo a medalha, sendo retirado o chip, recebendo agua, frutas. Depois vou com um pessoal para o Restaurante da Pousada da Vila do Farol e encontro sentados numa mesa algumas pessoas do apoio e o tal motorista a kombi onde mais uma vez reclamo da postura dele. Sou parabenizado por um casal gaúcho, e o homem disse que tinha desistido e me parabeniza por ter terminado. Então vou para a pousada me hidratar pois teria a festa a noite. Foi uma prova difícil, nunca imaginei tamanha dificuldade, mas penso em faze-la no próximo ano, pois a sensação depois da prova feita é muito boa e na minha opinião minhas dificuldades foram porque eu não estava ainda preparado para aquele tipo de prova, mesmo um casal de corredores de São Paulo que são acostumados a correr este tipo de corrida dizerem que um percurso com aquele tipo de dificuldade deveria ser para 20 km, mas acho que bem preparado dá para terminar bem os 43 km.

2 comentários:

  1. Parabéns por ter concluído esta pedreira! No ano que vem tem mais? Sem dor de barriga, né? Rsrsrs.

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  2. Parabéns Ésio! Só quem correu essa Maratona para entender o prazer que a gente teve em terminá-la! Nunca me senti tão realizado ao completar uma prova.

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